Exposição: Vergílio Ferreira
Tipo: Outros
Local: FLUP-Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Átrio)
Data: 7 março 2016 → 20 maio 2016
A exposição
2016 é um ano de comemorações importantes. Mas é, sobretudo, o ano de Vergílio Ferreira e dos seus 100 anos. Exatamente festejados a 28 de janeiro.
Neste dia 1º de março, ao relembrarmos a sua morte, em 1996, aos 80 anos, inauguramos, no hall da entrada principal da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, uma exposição sobre ele e com ele, porque não duvidamos de que continua presente entre nós. Vibrante, complexo, atento, inquieto, perplexo, crítico, acutilante, desconcertante, lúcido, tão alegre quanto alheado da felicidade, tão racional quanto imbuído de esperança… Um homem do seu tempo, todavia intemporal. Um homem para a eternidade.
Qualquer definição elaborada ou contextualização minuciosa em que pretendessemos enquadrar esta exposição seria impossível, pelo que enveredamos pela simplicidade equacionada a partir de duas perspetivas das quais fizemos guião: o homem, o escritor e a obra, por um lado; o testemunho, a memória e o momento, por outro.
Assim, começando por uma brevíssima apresentação, à qual se juntam parágrafos autobiográficos, Vergílio Ferreira vai-se revelando de três modos distintos que acabam, no fundo, por compor um retrato uno.
87 fotografias, na sua quase totalidade retiradas da fotobiografia composta por Helder Godinho e Serafim Ferreira em 1993, ilustram uma vida única e irrepetível. Apresentadas por ordem cronológica, cativam-nos pela sua real sobriedade.
50 citações, devidamente identificadas, e, da mesma maneira, obedecendo a uma sequencia temporal, tentam, sem qualquer tipo de pretensão que não a de revelar o(s) seu(s) modo(s) de pensar, suscitar a curiosidade de quem aqui se detém para levar consigo mais um pedaço do mundo.
Como se de um mote se tratasse, Carta Ao Futuro, ensaio escrito em Évora, em dezembro de 1957, e pela primeira vez publicado nos nºs 180 e 181 de set./out. de 1958 da revista Vértice, foi uma escolha muito ponderada. Optamos pela edição da Portugália, de 1966, na qual nos baseamos para recolher os 46 excertos que vão da primeira à última página.
“Meu amigo:” – “Saúde, amigo.”: assim começa e acaba Vergílio Ferreira, convicto de que a impossibilidade de agarrar o tempo poderá, ou não, transportá-lo a um futuro longínquo, medido em milénios. Porém, desse futuro já nós hoje fazemos parte…
Por isso, detenhamo-nos um pouco na presença deste homem grande que connosco quis ficar Para Sempre.
Porto e FLUP, 1 de Março de 2016
Isabel Pereira Leite (CITCEM)
Ana Carolina Avilez (CITCEM)