Congresso Internacional «Neofascismos e direitas radicais do pós-Guerra ao século XXI»
Tipo: Congresso
Local: Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Data: 22 outubro 2021 → 23 outubro 2021
O Congresso Internacional “Neofascismos e direitas radicais: do pós-Guerra ao século XXI”(Programa em anexo), organizado pelo Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» (CITCEM) e pelo Instituto de História Contemporânea (IHC), terá lugar nos próximos dias 22 e 23 de outubro de 2021.
Valores de inscrição*:
Membros do CITCEM e do IHC e participantes com comunicação – inscrição obrigatória e gratuita em: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfplvSKeV_g4gCWeQfp8tenOBMc9jkwE-eYVFSXkKHXjQAEeg/viewform?usp=sf_link
Outros participantes sem comunicação: 60€
Estudantes: 20€
Link para pagamento de inscrição: https://www.letras.up.pt/gi/eventos/registo.asp?tt=fa
Assistência gratuita (sem acesso à documentação)
* Inclui documentação
Não se passarão certificados de participação a quem não estiver presente no Congresso
Possibilidade de assistência e de participação online.
LINK ZOOM: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/87893130483
Ao pôr em causa a democracia, dando voz a sentimentos racistas e xenófobos, negando liberdades, direitos e garantias, questionando a imparcialidade e a universalidade dos sistemas educativos, científicos e jurídicos, promovendo uma agenda nacionalista e relativizando, ou até mesmo reabilitando, as ideias, as políticas e as práticas dos regimes fascistas que se espalharam na Europa e no mundo entre as duas guerras, o neofascismo é um fenómeno de singular relevância no plano internacional e tem sido alvo de um amplo e multidisciplinar debate.
A derrota do nazi-fascismo na II Guerra Mundial e o fim das últimas ditaduras fascistas europeias (Portugal, Espanha e Grécia), em 1974-1977, abalaram as expressões materiais de poder da extrema-direita. No contexto político euro-americano, generalizou-se também a percepção de que estavam definitivamente enterradas as expressões políticas de sentido anti-democrático, anti-liberal e nacionalista. A implosão do bloco socialista reforçou, em muitos, a certeza de que a democracia liberal seria o incontestado modelo de organização social, política e económica.
Neste debate é também da maior importância compreender quais os factores que contribuíram para a criação deste ambiente favorável ao neofascismo e que lhe permite influenciar a governação e ter uma representatividade eleitoral em parte muito significativa da Europa e das Américas. Vários estudos parecem apontar para a confluência dos efeitos neoliberalismo e da tabloidização da imprensa, numa primeira fase, e do impacto das redes sociais, mais recentemente, na formação de uma nova cultura política tendente à construção e ao reforço social do preconceito. Se o primeiro pôs em causa as valências e as funções do Estado de Bem Estar, assumindo práticas abertamente autoritárias naquele que se tem designado como o “capitalismo de vigilância”, a segunda alimentou um crescente sentimento de alarme e de ansiedade social. Ambas terão, desse modo, contribuído para a criação das condições propícias ao reaparecimento, à normalização e à mediatização do discurso neofascista.
Organizado pelo CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço & Memória, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e pelo IHC – Instituto de História Contemporânea, da Universidade Nova de Lisboa, este Congresso almeja contribuir para o aprofundamento da reflexão e do debate científico aberto, transversal e pluridisciplinar acerca dos diversos aspectos que caracterizam a ascensão e a consagração político-eleitoral dos neofascismos no ocidente, sob as perspectivas da História, da Sociologia, da Filosofia, da Ciência Política, das Ciências da Comunicação, do Direito e dos Estudos Culturais e Literários.
Nesse sentido, convidam-se todos os interessados a submeter propostas de comunicação em torno das seguintes linhas temáticas:
- “Neofascismo”, “extrema-direita”, “nacional-populismo” e “direitas radicais”: o que significam e o que valem enquanto conceitos;
- Fascismos e neofascismos na história do pós-Guerra: ideias, experiências, percursos, organizações e poder;
- Construções da memória: historiografia das direitas radicais, saudosismo passadista, reescrita histórica e reabilitação das experiências e das ditaduras fascistas;
- Media, tabloidização, redes sociais, fake news, capitalismo de vigilância;
- O neofascismo e a sua relação com a cultura, o ensino, a arte, a literatura e a ciência;
- Religião e as liberdades individuais: homofobia, anti-feminismo, racismo
- Nacional-populismo: continuidade(s) histórica(s), discursos identitários, racismo, xenofobia, “criminalização” dos migrantes e neocolonialismo;
Comissão Organizadora:
Amélia Polónia (CITCEM/UP)
Bruno Madeira (CITCEM/UP)
Carla Ribeiro (CITCEM/UP)
Gaspar Martins Pereira (CITCEM/UP)
Manuel Loff (IHC/NOVA e FLUP)
Maria da Conceição Meireles Pereira (CITCEM/UP)
Steven Forti (IHC/UNL)
Virgílio Borges Pereira (IS/FLUP)
Comissão Científica:
António Costa Pinto (ICS/ISCTE)
Fátima Ferreira (ICS/UM)
Fernando Rosas (IHC/UNL)
José Neves (IHC/UNL)
Maria Inácia Rezola (IHC/UNL)
Miguel Bandeira Jerónimo (CES/UC)
Pedro Bacelar de Vasconcelos (DHCII/UM)
Rui Bebiano (CES/UC)
Vital Moreira (CEDIPRE/UC)
Secretariado:
CITCEM
Línguas:
Português, espanhol, inglês e francês
Contactos:
Tel: 226077177 | e-mail: neofascismosedireitasradicais@gmail.com